quinta-feira, 22 de junho de 2017

Enfim

Enfim
Sou pluma
Na rota livre
Alívio fora
Desencanto
Outrora pesado
Agora memória

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Adeus ao Boêmio

Deitado tão quieto
Nem parece Antônio
De sorriso tabaco
Tão destilado

Deitado tão quieto
Nem parece Antônio
De parafuso a parte
Velha puberdade

Deitado tão quieto
Nem parece Antônio
Companheiro exemplar
Um mestre do bar

E pela memória
Um brinde a você!
E por outras notas seixas
Até outra vez.

O Último Canto

Eu me enterrei
Como quem enterra seu algoz
Abrigo lápide
Repenso balas e nada mais

Refrão:
Enquanto bebem suas certezas
Escrevo em quais covas elas vão cair
Enquanto bebem suas certezas
Reinvento meus rastros pra longe de mim

Minha hora vai chegar


Há tempo atrás
Minha família, amor de tanto
Reunida às pressas
Sob o gramado, por infames

E quando ecoam as trombetas
Anjos negros orientam minhas mãos
Rente ao dedo, um gatilho
Oro pelo meu destino
Assobio meu último canto

Don't Say Goodbye

Refrão:
Quanto for necessário
Don't say goodbye
Seja o céu ou o inferno
Tanto faz

O chão tremeu além
Deu pra sentir?
Contudo negra cor
Eu resisti

Tantas lutas passei
Tantos fins
Mas o melhor do fogo
Ainda está por vir

Refiz meu horizonte
Consegue ver?
Há um novo som
No entardecer


Rosto a Reboque

Forças da onda,
da rota,
da moda.

Intragável coca
na costa servil da bota.

Quanta bosta!

Costas intocáveis?
Supra-infalíveis?
Ideal indivisível?

A primeira torta.

Sente-se colossal?
Uau!
Santo?
Belo cancro!

A segunda torta.

Marchemos, cidadãos
Para os portões de Ali Babá,
onde a cadência das estrelas
se encontram em vinho...

...e o blá blá blá
enaltece o uno.

Terceira torta e um rosto a reboque.




quinta-feira, 14 de maio de 2015

My Little Boy

Por favor, my little boy
Antivírus de direita
Não avance e pule
Já para o seu escudo
Não me bata com a sua coleira
Além de borracha
você tem balas de cereja?

Uhhh, que medo
Nhá nhá nhá nhá nhá

Por favor, my little boy
Cultivador da nobreza
Jaz  a flor da idade
Não é verdade?
O que sobrou da colheita?
Prosas inventadas
Poesia n’água
E  uma desbotada etiqueta

Uhhh, que medo
Nhá nhá nhá nhá nhá

Por favor, my little boy
Gênio de arte branda
Deságua teoria
Falta de adubo
Estético de mecânica
Copista consagrado
Chupador de aplausos
Vou fingir que você engana

 Por favor, my little boy
Nosso chefe estelar
Sufrágio desastrado
Por obra do descaso
Estamos à sua mercê
Mas tome cuidado
No alto-palácio
O que sobe
Pode descer

Ah, você pode ser interessante
Depois que eu beber seis ou mais
Por hora, me inclua fora
Se for preciso, aprendo a rezar






quarta-feira, 6 de maio de 2015

Na Trilha do Pó

Verte-nos em grelo
A próxima Bíblia
Na sorte ou na morte
No toque de Midas

Famintos de Nada
Fastio de réguas
A nossa ressaca
Excessos da era

Na Era do Vazio
Vide Cores múltiplas
Mercado de sentidos
Todos prostitutas

Vidas compradas
Vitrines sem placas
Erudito, artista
Idôneo, aristocrata

Objetos sábios
Somos informação
Altruísmo enlatado
Relativismo cão

Prepúcio costurado
O Fogo apagado
A Maçã repositada
E o Cristo indenizado

E lá vamos nós
Um tanto roucos e gagos
Dançando com o diabos
Na trilha do pó